segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Finalista ao Prêmio Jabuti: nanociência é um tema fundamental

Prof. Jorge Luiz do Santos Junior
A EdUERJ está mais uma vez entre os finalistas do Prêmio Jabuti. Dessa vez, concorrendo na categoria Ciências exatas, tecnologia e informática. O indicado foi "Ciência do futuro e futuro da ciência: redes e políticas de nanociência e nanotecnologia no Brasil". Nosso blog conversou com o professor Jorge Luiz dos Santos Junior, autor do livro.

Professor, quais foram os motivos que o levaram a perceber a necessidade de discutir nanociência e nanotecnologia no Brasil?

Meu contato mais robusto com o tema foi no ano de 2007 na Cidade de Vitória-ES, na ocasião do IV Seminário Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente promovido pela Renanosoma (Rede de Pesquisa Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente), instituição Coordenada pelo Professor Paulo Roberto Martins, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo.
Os diferentes participantes, representando diversas áreas do conhecimento e da sociedade civil, ao exporem suas opiniões divergentes, e muitas vezes radicais, me fizeram perceber que eu estava diante de um tema que precisava, cada vez mais, de atenção dedicada, que buscasse entender os diversos discursos, os interesses em jogo, bem como o próprio potencial transformador e disruptivo das nanotecnologias.

É um tema latente no contexto atual do país?

Eu diria que se trata de um dos temas mais fundamentais da atualidade. Digo isso porque a nanociência e as nanotecnologias têm um potencial de penetração em várias áreas. A possibilidade de manipulação atômica para criar coisas “de baixo para cima” suscita entre os cientistas o anseio de fazer nanociência em diversos campos científicos (física, química e biologia) e aplicar as nanotecnologias nos mais variados setores (medicina, cosméticos, alimentos, novos materiais, energia, agricultura etc.).
Mas para além do potencial de aplicação, o qual chamo de “Redenção” no livro, existem também aquilo que caracterizo como “pesadelos”, relacionados a todas as incertezas e riscos associados à manipulação e aplicação desmedidas. Por isso, espera-se uma atuação responsável por parte do governo e das empresas, e um envolvimento (uma politização) social bastante amplo.

Você fez o mapeamento e a análise de editais de pesquisa de nanociência e nanotecnologia lançados pelo CNPq no período de 2000 a 2010. Como foi esse trabalho?

No livro eu estudo o ideal brasileiro de se fazer pesquisa a partir da formação de redes interdisciplinares e interinstitucionais, modelo presente na maior parte dos editais do CNPq para o setor de N&N. Assim, analisei cada um dos editais a fim de perceber que tipo de orientação estava presente, quais planos de desenvolvimento seguiam. No entanto, fui além dos editais e analisei as áreas de atuação de proponentes dos projetos aprovados, bem como suas redes relacionais. Fui atrás do currículo de todos os envolvidos no processo de fomento à pesquisa, que vai desde a criação da política, passando pela formatação de um edital e aprovação dos projetos, e chegando à validação dos resultados das pesquisas. Todo esse trabalho teve como objetivo perceber se a interdisciplinaridade e cooperação interinstitucional estavam realmente presentes na execução da política, ou seja, nos projetos fomentados. Os resultados dessa empreitada estão detalhados no Livro, em que usei como metodologia a Análise Estrutural de Redes Sociais, buscando entender o processo a partir de diversos olhares. Diria que as conclusões não são muito animadoras, mas que talvez ainda haja algo a ser feito.

Seu livro está concorrendo na categoria Ciências Exatas, Tecnologia e Informática. Você acredita que a obra é direcionada a estudantes e profissionais dessas áreas ou atende também a “leitores comuns” interessados nas tecnologias abordadas? 

Do meu ponto de vista a obra tem uma contribuição interessante para a área em que está concorrendo, principalmente por apresentar uma visão que é muito negligenciada nos atuais currículos acadêmicos, qual seja, a noção de que a Ciência não é única, tampouco neutra e seus resultados não são exatos. Além disso, busco enfatizar o olhar de que não existem “leigos” tampouco “peritos” no campo da ciência, e que o diálogo e a redução das “vaidades científicas” são fundamentais para um desenvolvimento científico, tecnológico e social mais harmonioso. Deste modo vejo que o livro pode ser lido por todos os interessados no tema “Ciência”, sem nenhuma necessidade de especialização científica. É uma obra que busca o diálogo.

Como você recebeu a indicação de seu livro ao prêmio Jabuti deste ano? 


Foi ótima surpresa, uma grande felicidade para mim e para todos ao meu redor, é um momento único de reconhecimento e legitimação do trabalho.  A escrita dessa obra foi uma das experiências mais profícuas em minha trajetória de vida. Foram alguns anos de trabalho e amadurecimento de ideias. Por isso, só tenho a agradecer a todas as pessoas que leram, discutiram e me motivaram durante o trabalho. Agradeço também a toda a equipe da Editora da UERJ e à Faperj por terem acreditado na obra. Estou sem palavras para expressar minha satisfação.

Agradecemos a entrevista ao nosso blog! 
(Pauta elaborada por Thaís Araújo, entrevista  diagramada por Ricardo Z.)

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

De 22 a 26 de setembro: Uerj sem muros!

O Uerj sem Muros é um grande evento que todos os anos integra a universidade e a comunidade. É o período de maior efervescência, quando todos apresentam os seus projetos em todas as áreas do conhecimento. É a EdUERJ não está de fora!

Abaixo os nossos dois cartazes. Se quiserem ver em uma resolução melhor, eles estão postados em nossa página do Facebook: www.facebook.com/eduerj



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Toda a magnitude da Mata Atlântica



     Este aqui é um belíssimo registro fotográfico da diversidade da Mata Atlântica, acompanhado de textos objetivos, com nomes e informações sobre a fauna e a flora.

    A fotografia de Antonio Carlos de Freitas ressalta o esplendor de todos os componentes ambientais. O fotógrafo  - que também é físico - teve a sensibilidade (e as lentes) que nos permite alcançar uma magnitude só disponível aos que visitaram o local.

  Afinal, temos uma questão interessante. A dimensão artística da natureza:

(   ) - Está em nossos olhos (como alguém disse: "a beleza está nos olhos de quem vê"), 

(   ) - é fruto de uma câmera habilidosa ou 

(   ) - trata-se de uma elegância inerente aos seres vivos fotografados

(   ) - A soma de todas as respostas anteriores


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

As facetas culturais de um corpo

Compreender a dimensão simbólica e cultural do corpo, tendo o espaço urbano e contemporâneo como palco privilegiado. Esta é a proposta de O corpo representado – mídia, arte e produção de sentidos (EdUERJ), organizado por Denise da Costa Oliveira Siqueira. Em busca dos valores que a sociedade atribui à engrenagem física do ser humano, os ensaios nos levam a uma trilha composta por cinema, histórias em quadrinhos, videoclipes, revistas e dança contemporânea, entre outros.

Na primeira parte, “Corpo feminino e mídia”, são discutidas representações da mulher, predominantemente a jovem, nos formatos midiáticos, como videoclipes, cartões-postais de praias ou peças publicitárias. Na segunda, o enfoque é a dança contemporânea como expressão artística que permite ao corpo provocar reflexão e contestação, recorrendo mesmo ao grotesco para esses fins. O último segmento, “Corpo, representações e relações de poder”, observa os corpos superpoderosos dos heróis dos quadrinhos, mas também o corpo fragilizado por uma deficiência. Nessa parte, há ainda um capítulo sobre o marketing político dos candidatos provenientes da cultura funk.



Com este enfoque amplo, O corpo representado torna-se uma leitura indicada tanto para quem estuda o corpo e sua representação midiática quanto para os que procuram compreendê-lo como objeto da arte. Assim, pode interessar sobretudo aos pesquisadores de ciências sociais, artes e comunicação, mas também a quem deseja aprofundar o debate sobre a cultura nos dias de hoje.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Os valores do corpo

As mulheres que aparecem, sedutoras, em campanhas publicitárias, e os super-heróis dos quadrinhos com seus poderes inimagináveis...o que teriam estes personagens em comum? A resposta está no simbolismo que é atribuído às suas aparências, ícones da indústria cultural.
O corpo que aparece na televisão, no cinema, nos quadrinhos, tangenciando um ideal de perfeição, eventualmente estereotipados, nos fazendo sentir desconfortáveis em relação à nossa própria imagem. O corpo artístico em cena, na dança contemporânea, como objeto da arte.
Afinal, o que a mídia e a arte dizem a respeito de nossos corpos? E o que nossos corpos estão dizendo de nós mesmos quando escolhemos modifica-los?
O corphipertrofia. Com modificaçificaçira Siqueira. O lançamento da Editora da Uerjr sobre os valO corpo representado – mídia, arte e produção de sentidos, organizado por Denise da Costa Oliveira Siqueira, lançamento da EdUerj, é uma proposta de reflexão sobre o tema. E é sintomático que ao investigar a representação do corpo nas artes e na mídia, os ensaios falam principalmente dos valores da nossa cultura.

Em breve, vamos colocar o release deste livro por aqui, com mais detalhes sobre os capítulos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Um debate que une dois países (RELEASE OFICIAL)

         Atravessar fronteiras, contribuindo com o debate de ideias e a criação de alternativas para os problemas cruciais da área educacional. Esta é a proposta de “Diálogos curriculares entre Brasil e México”, lançamento da EdUERJ, organizado pelas professoras Alice Casimiro Lopes e Alicia de Alba.
        A obra salienta as diferenças existentes entre os dois países latino-americanos. No Brasil, o sentido do currículo é intrinsecamente associado à discussão sobre a educação básica. Já, no México, há pouca atuação de pesquisadores nas políticas, nas práticas e na formação de professores desse nível, o que torna o pensamento curricular fortemente vinculado ao ensino superior. Esta e outras diferenças são enfatizadas pela proposta de leitura.
       
Os ensaios abordam temas como a organização curricular, a avaliação, a formação dos professores, a cultura escolar, a pesquisa e a pós-graduação, entre outros. Cada assunto se divide em dois capítulos, escritos separadamente por professores brasileiros e mexicanos, o que propicia ao leitor a possibilidade de comparação das duas realidades.
         “Diálogos curriculares entre Brasil e México” é indicado para aqueles que se interessam pela área da educação com enfoque na América Latina.  O livro faz parte da série Pesquisa em Educação.

(Thais de Souza Araújo)


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O bullying sob outra perspectiva


Como estudiosos de diversos países conceituam o bullying? Quais são as propostas para o combate ao bullying no Brasil? Para compreender questões como essas, é necessário certo distanciamento dos tons mais emocionais que nos ligam às situações de injustiça, e partir para uma análise mais ampla.

Essa é a proposta de “Bullying e cultura de paz no advento da nova ordem econômica”, de Leila Maria Torraca de Brito, lançamento da Editora da Uerj. Sob o prisma reflexivo das ciências humanas, a autora não se propõe a observar o bullying baseada em casos específicos ou tampouco procurar as motivações de quem se envolveu em casos assim. A meta é construir uma análise do impacto deste comportamento (ou da gama de atitudes que configuram o bullying) em nosso mundo contemporâneo, mais precisamente na maneira como a sociedade reage, ao elaborar reflexões, conceitos e leis acerca do problema.

Neste contexto, um capítulo enfoca as diferenças com que teóricos definem este fenômeno e levanta os problemas relativos a estas tentativas de conceituação, como as dificuldades que surgem quando se tenta delimitar a constância com que um comportamento repetitivo caracterizaria um episódio de bullying. 

O lançamento também traz, como destaques, uma reflexão sobre o que tem se denominado como cultura de paz e uma minuciosa pesquisa dos projetos de lei apresentados sobre o bullying, evidenciando a tendência da linha de pensamento de que os conflitos sociais devam ser resolvidos pela via jurídico-criminal, mesmo os que ocorrem dentro dos muros da escola.

O livro da professora Leila Maria Torraca de Brito, fruto de uma pesquisa de pós-doutorado pela Puc-MG, torna-se uma indicação para professores e educadores e também para aqueles que desejam entender um tema que tanto revela sobre o homem moderno.