segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Reflexões sobre a idolatria

Judy Garland: vida atribulada
É muito interessante quando nos damos conta de que antigamente os artistas/cantores ou celebridades não tinham o suporte midiático que existe hoje, com o advento das redes sociais. Em nossa sociedade, todos os passos dos "seres midiáticos" são acompanhados. Pelos fãs ou pelas pistas deixadas pelos próprios artistas: "tuitadas", fotos no instagram, etc

Livro lançado pela EdUERJ
Nem sempre, contudo, foi assim. Alguns talentos do quilate do Tom Jobim não vivenciaram esta época, do "em tempo real". Por outro lado, estes artistas de outro período não deixam de estar presentes nas redes sociais. Não deixa de ser uma forma de mantê-los vivos, além de sua arte.

Judy Garland é um exemplo. Fenômeno em seu tempo, ela ainda conta com um séquito de seguidores em todos países do mundo. E, por não estar mais viva, sua vida pode ser recontada ao gosto do fã. São inúmeras biografias sobre a atriz. O seu mito é reforçado pelo fato de ela ter uma vida atribulada. Para os fãs, sua voz expunha na arte as dores da vida real.

Nesta aspecto, vale a pena conferir o trabalho de Patrícia Coralis em "A vida na voz - mídia, idolatria e consumo de biografias".A autora conversou com os fãs brasileiros de Garland, assim como analisou as biografias escritas sobre a atriz. Não só como trabalho de antropologia ou de abordagem de fenômenos da indústria cultural, é um livro com um olhar crítico sobre a idolatria, fenômeno intimamente conectado a impulsos consumistas. Muita gente não percebe isto.

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