Abaixo, você conhecerá um pouco sobre essa imperatriz que deu vida à obra que lançamos em 2014 e que acaba de ser reimpressa.
A história de uma imperatriz que não segue as
características das donzelas dos contos de fadas tradicionais.
Teresa Cristina de Bourbon não era dotada de “encantos femininos”,
vivia à sombra do marido e era culturalmente medíocre. Ou, pelo
menos, é assim que sua imagem nos é passada na historiografia
antiga.
De origem italiana, a até então
princesa do Reino das Duas Sicílias foi escolhida para se casar com
o imperador brasileiro Dom Pedro II. Dizem os relatos que ele,
que só a conhecia por retrato e a achara muito bela, sentiu-se
enganado e esboçou lágrimas quando viu sua imperatriz desembarcar
no porto carioca, estando os dois já casados por procuração. Não
havia fidelidade entre a imagem da mulher do retrato e a que ele viu
pessoalmente. Por sinal, Teresa era três anos mais velha que o
imperador.
Porém, não é por esse caminho que
o livro de Aniello Angelo Avella irá. “Teresa Cristina de Bourbon:
uma imperatriz napolitana nos trópicos 1843 – 1889” (EdUerj)
pretende mostrar o significado histórico que esse casamento e até
mesmo, que a própria imperatriz trouxeram para o Brasil da época.
Assim como algumas de suas contribuições que permanecem até os
dias de hoje. Avella cita Heitor Lyra que reconhece ser impossível
saber a verdade sobre o primeiro encontro de Dom Pedro II com sua
esposa. Lyra chega a atribuir a origem da maledicência à delegação
austríaca no Rio que teria ficado aborrecida com a forma como o
casamento foi concebido.
Apaixonada pelas artes, a
imperatriz era dona de uma voz harmoniosa, além de trazer artistas
italianos para o Brasil e promover escavações. É, graças a ela,
que o Brasil possui hoje a maior coleção de arqueologia clássica
da América Latina. Teresa Cristina também apoiou a política de
migração italiana no final do século XIX, um momento em que a
escravidão brasileira era abolida e a necessidade de mão de obra
livre em terras brasileiras aumentava.
Os ventos de mudança trouxeram
instabilidade à monarquia e ameaçado por ideais republicanos, o
império de Dom Pedro II ruiu e deu lugar à primeira república
brasileira. Um dia depois, toda a família imperial partiria
para o exílio em Lisboa. Passado cerca de um mês, Teresa
Cristina morre em decorrência de um ataque cardíaco.
Após 46 anos ao lado de Teresa
Cristina, viúvo, o monarca decidiu fazer uma doação ao Brasil que
seria uma das provas mais concretas do significativo intelecto de sua
esposa: D. Pedro II doou quase 50 mil peças de Teresa, entre elas,
livros, documentos, fotografias e outros objetos pessoais e também
exigiu que o acervo se chamasse “Coleção Teresa Cristina”. Esta
se encontra no Rio de Janeiro. Em parte, na Biblioteca Nacional e uma
outra porção no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
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