sexta-feira, 12 de junho de 2015

Ciranda da Poesia: Haroldo de Campos por Marcos Siscar

O novo título da Ciranda da Poesia tem o mérito de analisar a fase menos conhecida de Haroldo de Campos, que se desenvolve após o esgotamento do movimento concretista. Coube ao poeta, tradutor e professor da Unicamp, Marcos Siscar, olhar essa produção poética, a qual Haroldo chamou de “pós-utópica”, e que se delineia em livros como A educação dos cinco sentidos, A máquina do mundo repensada e Entremilêmios.

Após protagonizar o concretismo, junto a nomes como Décio Pignatari e Augusto dos Anjos, Haroldo de Campos buscou reafirmar as características específicas de sua obra, nem sempre nítidas em um movimento coletivo. Marcos Siscar analisou essa fase em que as criações destacavam o verso livre, a elaboração sintática, a preciosidade vocabular e as referências recorrentes a imagens como a constelação ou a viagem.  A peculiaridade dessa poesia é que não apresenta os rigores do Concretismo, diminuindo a utilização de recursos gráfico-visuais, restritos agora a efeitos pontuais. Em contrapartida, ficam mais sugestivos os interesses temáticos, as referências e as ambições do poeta.


Para Siscar, trata-se de criações tão relevantes para a poesia contemporânea quanto foi a experiência concretista de Haroldo para a época das vanguardas. O leitor poderá conferir as poesias dessa fase na seção antologia. Este é um dos trunfos de Haroldo de Campos por Marcos Siscar: uma vez que a obra do renomado poeta, até Galáxias, já é bem conhecida do público brasileiro, a coleção de poemas apresentada nesta Ciranda serve para ilustrar a fase pós-utópica do artista, incrementando o conhecimento daqueles que buscam estudar a poesia contemporânea brasileira.


Haroldo de Campos: além do concretismo

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