quarta-feira, 15 de julho de 2015

Comunicação, organizações e cultura digital é lançado pela Eduerj

Comunicação, organizações e cultura digital (EdUERJ, 2015) é fruto da observação de diversos professores, sobretudo da área de comunicação, muitos deles da UERJ. É uma coleção de ensaios que trata de questões que influenciam o nosso cotidiano e que podem passar despercebidas.

Para estudiosos de comunicação, da administração ou mesmo da sociologia, cada vez mais é preciso erigir um pensamento sobre os mecanismos que regem as relações interpessoais ou do ambiente profissional. Hoje, dada a forma como as novas tecnologias afetam o cotidiano, vivemos em um mundo completamente diferente do que havia há uma década. Em uma velocidade acachapante estamos compartilhando informação, criando vínculos, marcando posições, estabelecendo conexões.

A relação entre empresa e a representação nas redes sociais é um ponto recorrente em muitos capítulos deste livro. Antes da ascensão das redes sociais, as mídias tradicionais, como a TV e o jornal, eram praticamente a única influência midiática sobre as escolhas da sociedade, e não havia muito espaço para o público se manifestar.

Hoje, como assinala o texto de Antonio Luiz de Medina Filho, "o poder não é mais o mesmo, está mais distribuído, apresenta outras possibilidades de resistências”. Isto se evidencia particularmente no capítulo de Ivone Lourdes de Oliveira e Vanessa Bueno Mol, que faz alusão ao movimento no Facebook contra uma linha de bolsas e sapatos derivados de peles de animais. O protesto repercutiu de tal forma que levou a grife responsável a cancelar a linha de produtos. Além disso, influenciou também outras empresas do ramo que, ao perceberem a péssima resposta do público, desistiram de lançar produtos similares.

Um desfecho de caso em sintonia com o pensamento apresentado no ensaio de Fernando Gonçalves e Alessandra Maia, sobre organização e mídias digitais. Para estes, as empresas, no tocante às mídias digitais e internet, devem “pensar seu papel no seio da mudança e não apenas se adaptar a elas”.

Um dos avanços do mundo moderno é discutido no artigo assinado por Heloísa Mônaco dos Santos e César Tureta. No texto, chama-se atenção para essa realidade em que “o desempenho das atividades de trabalho só pode ser realizado na medida em que os gestores se associam aos elementos não humanos”. Chamado de “ciborganização”, o processo decorre da incorporação de elementos tecnológicos como smartphones e notebooks como se fossem extensões do trabalhador. Nesse fenômeno, o trabalho como sinônimo de atividade em um lugar específico é substituído por tarefas em locais diversos.

Como é impossível escapar das benesses (e os malfazejos) do mundo tecnológico, não seria exagero se alguém dissesse que os temas abordados são tão atuais, que, genericamente falando, é um livro sobre a vida. Exagero? Ora, de que falamos ao nos referirmos a um conjunto que inclui atividade profissional e relações pessoais?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.